A animação “Flow”, que surpreendeu o mundo ao vencer o Oscar de Melhor Curta-Metragem de Animação em 2025, não está apenas colhendo elogios da crítica – ela está literalmente mudando vidas. Em menos de dois meses após sua vitória, ONGs de proteção animal em diversos países relatam um aumento significativo na adoção de gatos pretos, tradicionalmente os menos escolhidos em abrigos por conta de superstições e preconceitos históricos.
Dirigido pela cineasta norueguesa Liv Andersson, “Flow” narra a jornada poética e silenciosa de um gato preto que sobrevive a uma enchente numa cidade desolada. Sem uma única palavra falada, a animação usa a força da imagem e da música para criar uma conexão emocional profunda com o público. O protagonista felino, corajoso e resiliente, inspirou uma legião de fãs que agora o veem como símbolo de superação e companheirismo.
“O efeito foi quase imediato”, relata Marina Teixeira, coordenadora da ONG Gatinhos do Amanhã, em São Paulo. “Nos dias seguintes à premiação, nosso perfil no Instagram explodiu de mensagens perguntando por gatinhos pretos disponíveis para adoção. Pessoas que antes diziam ter receio, agora estão apaixonadas pelo Flow”. Tendência parecida foi observada nos Estados Unidos, Alemanha e Japão.
Além do impacto nas adoções, “Flow” também reacendeu discussões sobre o preconceito contra gatos pretos, muitas vezes associados a má sorte em mitos populares. “O filme quebrou essa barreira com sensibilidade e beleza. Mostrou que esses animais têm tanto valor e amor para oferecer quanto qualquer outro”, explica o crítico de cinema Diego Salazar.
Com visual marcante, trilha envolvente e uma mensagem universal sobre empatia, “Flow” é mais do que um vencedor do Oscar – é um agente de transformação. E, ao que tudo indica, o legado do pequeno felino preto vai muito além das telas de cinema.